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Estaria longe de imaginar que à noite numa floresta alemã correria o vento quente. Mesmo que pensasse em Agosto. Não, isso não faria parte do meu pensamento. Mas ali estava aquele lugar escuro e quente, contraditório, desafiador. A claridade da lua dava às árvores um aspecto sombrio, meio assustador, meio sedutor.
Alguns chamam a isso egoísmo, alguns chamam-lhe amor próprio... mas eu sou apenas um sonhador, caberia perfeitamente num daqueles filmes dos finais dos anos 60; a minha liberdade grita por mais, a minha identidade é baseada em revoluções.
Não consigo fingir um sentimento, não consigo fingir ser feliz só pela necessidade de ter alguém a quem chamar namorado.
Tenho o amor próprio. E vou dar-te uma amostra desse amor infinito de cada vez que te tocar. Vais sentir como isso pode ser poderoso. Vais entender que esse é um tipo de amor que também se partilha."
A lua ainda brilhava. Os olhos, já acostumados à escuridão, viam agora melhor a densa extensão de árvores contra o céu estrelado. O vento corria abafado como antes. O chão frio. As mãos quentes.
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