Comecei a ver esta série sabendo pouco sobre ela. Pensava apenas que iria assistir à interessante história de um hacker, mas vi-me envolvido numa trama altamente psicótica, que vai às profundezas da psicologia da mente humana. Senti como se o Walter White convidasse o Dexter para um passeio e decidissem passar pelo Fight Club, roubando algo do ambiente do Pulp Fiction pelo caminho, terminando com o maior twist desde que o Luke descobriu quem era o seu pai (e a sua irmã).
Resumindo: Mr. Robot elevou para um nível altíssimo tudo aquilo que eu esperava das séries de televisão actuais. E foi uma grande, grande surpresa!
Em 5 pontos, sem spoilers, tento explicar por que pode muito bem ser esta a melhor série de sempre (embora isso em si seja redutor e desrespeitador para outras masterpiece do meio, mas é só para causar impacto!).
Uma coisa é certa, desde Breaking Bad que não me viciava num produto assim. Vi todos os episódios em apenas 2 dias.
Uma cena. |
1 - A cenografia de Mr. Robot não é de uma série de TV mas do cinema. E por cenografia quero fazer entender todo o aspecto da imagem, desde a cor, aos ângulos, pormenores destacados, focos, à forma como toda a série foi filmada, editada, produzida, etc. Quando digo que isto é mais cinema que TV, refiro-me ao refinamento que foi dado ao produto final. É soberbo. Lembra algum cinema de autor, algo independente que brilha só por si.
2 - Os personagens são brutalmente viciantes, desde aqueles que amamos, àqueles que odiamos de imediato. E até aqueles que estão no limbo entre o ódio e o amor não conseguem permanecer indiferentes. Mas é o protagonista, já que o nome o indica, quem rouba todo o espectáculo. É impactante desde o primeiro momento. É retratado brilhantemente, retorcido, esquisito, sombrio, misterioso. E não digo mais.
Preparem todo o vosso ódio. |
3 - A música. Juntando-se aos aspectos mais técnicos de que já falei no primeiro ponto, é algo que acrescenta e muito ao contar desta história. Da música clássica (Beethoven), passando pelo hip-hop, rock, terminámos numa banda-sonora original que é absolutamente magnífica, criando um ambiente claustrofóbico, que pesa na consciência do protagonista com o arrastar quase metálico dos seus sons (quem já viu vai perceber porque escrevo isto, quem não viu vai perceber depois).
Hello friend. |
4 - Twists, twists e mais twists. Quando pensámos que já sabemos o rumo que algo está a ter, mais uma reviravolta. Os argumentistas jogaram com a nossa forma de pensar, o nosso psicológico, de uma forma que nos deixará a reflectir sobre certas cenas durante muito, muito tempo. Dou um exemplo. A meio surgiu um twist e eu fiquei estupefacto, incrédulo. Mas assentei os pensamentos e a partir daí comecei a ver a série de uma forma... que depois foi novamente, completamente, alterada. Bam!
5 - Um dos grandes motivos para a tremenda surpresa, passou pela forma como foram incluídos na história vários temas fracturantes da sociedade actual. Aqui é difícil explicar sem contar demais, mas eu não esperava nada que tópicos como o sadomasoquismo, a crise económica, a homossexualidade, o excesso de crédito, um personagens trans (género?), a paranóia tecnológica, o abuso de drogas ou a exploração no trabalho conseguissem reunir-se assim de uma forma arrebatadora, chocando e levantando tantas questões ao mesmo tempo. Sublime.
Agora uma confissão. Eu estava no primeiro episódio, ainda só tinha visto uns 20 minutos e já estava todo a gritar por dentro. Foi amor desde o primeiro instante. Esta série é obrigatória.
É brutal, brutal, brutal!
E agradeço ao pessoal do Séries da TV pois foi através desta página que descobri esta obra (num top que fizeram sobre as melhores séries de 2015).
É brutal, brutal, brutal!
E agradeço ao pessoal do Séries da TV pois foi através desta página que descobri esta obra (num top que fizeram sobre as melhores séries de 2015).
Deve ser mesmo excelente embora eu tenha alguma dificuldade em definir qualquer série que gosto muito como a melhor de sempre.
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