Callum Lynch (Michael Fassbender) descobre que é descendente de um membro da Ordem dos Assassinos. Através de uma tecnologia revolucionária que é capaz de o fazer experienciar a sua memória genética, é obrigado pela fundação Abstergo a reviver as aventuras de Aguilar, o seu antepassado, em busca de um poderoso artefacto que ficou perdido nos tempos da Inquisição Espanhola e que dará aos Templários o poder de controlar a população do mundo.
Indo já directo ao ponto. Assassin's Creed não é um mau filme, nem sequer horrível, mas está longe de ser muito bom. Estará algures perdido em algo mediano.
Os maiores problemas do filme assentam desde logo o argumento meio apressado que não quer perder tempo a explicar mais em pormenor alguns dos aspectos da trama. Convenhamos que, para quem não é fã dos videojogos, seria importante explicar melhor alguns pontos... de forma a que, por exemplo, a fundação Abstergo pudesse ter mais algum peso na história e não parecesse apenas mais uma corporação do mal sem um objectivo muito definido.
Depois há o abuso claro do CGI, que é recorrente em todos os filmes actuais, mas que por vezes é melhor mascarado do que foi aqui. As cenas das memórias estão sempre cheias de nevoeiro, aquela neblina demasiado presente para ocultar exactamente algumas falhas (ou falta de tempo para aperfeiçoar alguns efeitos digitais). Ainda assim é curioso que nota-se em algumas cenas de perseguição que foi feito um esforço para usar stunts reais e há algum brilho nesses segmentos. Mas todos concordaremos que deviam existir mais cenas dentro das memórias durante a Inquisição Espanhola e menos cenas nos tempos modernos.
Nos pontos positivos destaco todas as referências e homenagens que foram feitos aos videojogos que inspiraram o filme. A banda-sonora é fenomenal, atribuindo sempre um peso mais dramático às várias cenas que nos conduzem ao final, e ganhando destaque principalmente nesses derradeiros momentos. E os actores Jeremy Irons, Michael Fassbender e Marion Cotillard esforçam-se para atribuir densidade aos seus personagens, mesmo quando o argumento ou os diálogos pobres não os ajudam.
Como fã, esperava muito mais, é claro, mas por outro lado esperava desiludir-me mais também. Todos sabemos a fama que têm os filmes baseados em videojogos (e vice-versa), e isso tem um motivo. A linguagem dos jogos e do cinema pode parecer muito semelhante, mas acreditem que não, esta é até muito diferente e por isso não é fácil adaptar algo em que somos o sujeito activo (onde controlamos as acções e movimentos do personagem) para algo em que somos apenas um espectador passivo (onde apenas vemos desenrolar a acção diante de nós).
Sendo assim, considero que este Assassin's Creed não foi tão mau quanto poderia ser e que deixa muito em aberto para ser melhorado na sequela (que obviamente vai existir).
Pequeno spoiler:
Alguém consegue explicar-me porque é que nunca mas mesmo nunca é mostrado (ou sequer mencionado) o verdadeiro poder da Apple of Eden? Quem foi ver o filme comigo, não conhecendo muito bem os jogos, ficou sem perceber que raio fazia aquela coisa...
Sem comentários:
Enviar um comentário