"Moonlight narra a vida de um jovem negro desde a infância até à idade adulta, na luta para encontrar o seu lugar no mundo enquanto cresce num bairro problemático de Miami."
Primeiro devo admitir o seguinte. Não fazia a mínima ideia sobre o que tratava este filme. Não tinha visto o trailer, nem sequer lido a sinopse. Vi que tinha ganho o Globo de Ouro de Melhor Filme e foi o suficiente para me despertar a curiosidade. Acontece muitas vezes com outras obras, pois considero que quanto menos se souber do argumento, melhor. Quem já viu, poderá agora imaginar a surpresa que foi este para mim!
O filme é dividido em 3 actos. O da infância, o da adolescência e o da idade adulta do personagem principal, Chiron. E é através da passagem do tempo entre esses 3 actos que vamos perceber a profunda reflexão que aqui se apresenta sobre os efeitos que certas acções têm no crescimento de uma criança, de um adolescente e finalmente de um jovem adulto. Não quero desvendar demais, para quem não viu, mas trata-se aqui de um brilhante exercício sobre o bullying.
Tal como o seu protagonista, que fala pouco, Moonlight perde pouco tempo com explicações demasiado óbvias, recorrendo mais aos artifícios da imagem e da banda-sonora para nos contar a arrebatadora história de Chiron.
E que banda-sonora! Esta não serve apenas para encher as cenas, mas está sim carregada de significado, que traz mais peso à já pesada história que nos é mostrada de forma magistral através de imagens que respiram fortemente aquela magia rara da sétima arte.
Prémios à parte, e mesmo com a possibilidade de ganhar um Oscar, penso que o grande trunfo deste filme é mesmo o de deixar-nos a reflectir fortemente enquanto os créditos finais correm. Poderoso, provocador e impactante, Moonlight dificilmente deixará alguém indiferente.
Estamos perante uma obra-prima do cinema actual?
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