É apenas o excerto de um texto que nunca será publicado de outra forma.
"Tinha o meu corpo tão frio, que custou a despir-me. A noite caíra gelada, mas tu não. 'Estás a ferver',
disse, quando os meus dedos desceram pela tua pele. E nem mais uma palavra.
Apenas o silêncio a amarrar-nos, o meu peito contra as tuas costas e um suspiro:
'Fecha os olhos e deita-te'. Decidimos que eu dava as ordens e tu obedecias.
Mas quem mandou beijar-te? Quem mandou sentir os teus lábios quentes contra os
meus, se o que tínhamos combinado não poderia chegar aí?
E quem ordenou que eu ficasse
preso nesse beijo por tempo indeterminado?”
O beijo é todo um sonho, não é? Depois, não é o beijo que importa. Os sonhos são nossos, por isso fica em nós. Mas o outro (um corpo que toco e me toca) nos importa, só nos importa. E não vemos - talvez se perceba um dia este engano... - que não está bem querermos prender -nos nele. Se o outro fosse um sonho como o beijo... Não pensas assim?
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