domingo, 27 de novembro de 2016

[ opinião - cinema ] Arrival: O Primeiro Encontro





"Doze naves extraterrestres chegam a vários pontos do mundo e uma tradutora e especialista em linguística é chamada pelo governo dos EUA para se deslocar com uma equipa ao interior de uma das naves, de forma a tentar entrar em contacto com os alienígenas e entender o propósito da sua visita. Vêm em paz? São uma ameaça?"


Arrival (O Primeiro Encontro) é provavelmente o melhor filme deste ano. E um dos filmes mais inteligentes que já vi. 

Dizê-lo assim pode parecer suficiente para levar qualquer um a vê-lo, mas agora entramos noutro campo. Este é um filme de ficção científica pura e dura, daquela que te obriga a pensar, que te dá mais questões do que respostas óbvias, mas que te faz sair da sala de cinema completamente atordoado.

Foi o que senti. Saí de lá incrédulo com o que tinha acabado de ver.

Não esperam explosões de 5 em 5 minutos nem naves supersónicas a sobrevoar os céus a cada cena. 

Elas, as naves, estão ali paradas... com a mesma inércia que o filme parece ter na primeira metade, quando tudo ainda nos parece estranho, confuso e escuro, ainda que empolgante. 

Depois vem a revelação final, quando o filme inicia gradualmente a ganhar mais cor e tu começas aos poucos a entender tudo o que te estão a contar desde o início. E é arrebatador.




Afinal esta poderá ser uma história mais sobre a família, a dedicação e a (in)compreensão humana. Mas debater isso aqui seria levantar demasiados spoilers e não o quero fazer.

Por ser uma obra de um género muito específico, esta película e as questões que levanta passarão ao lado dos espectadores menos atentos e que não buscam este tipo de filosofia numa sala de cinema. Mas aí está Arrival a dizer-nos que nem tudo está perdido no cinema americano das grandes bilheteiras.

Destaque ainda para a actriz Amy Adams e o actor Jeremy Renner, que nos trazem prestações de peso e ajudam a acrescentar muita densidade à história. E um grande aplauso também para a direcção e realização com planos e perspectivas que enchem a vista, sempre acompanhadas por uma banda-sonora de excelência. 

Para ver. Pensar. Rever. E repensar. 

E que venham daí as merecidas nomeações aos Globos de Ouro e Óscares. 


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