segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

[ opinião - cinema ] Hush



Ela não consegue ouvir. Ela não consegue falar. A escritora Maddie Toung vive isolada da sociedade desde que perdeu a sua audição quando era adolescente, remetendo-se para um mundo de total silêncio na sua casa no meio de uma floresta. Mas quando o rosto mascarado de um assassino psicopata aparece na sua janela, Maddie precisa ir além dos seus limites físicos e mentais para conseguir sobreviver.


Hush é um filme que nos apresenta logo uma ideia original, com a colocação de uma personagem surda-muda em confronto com um psicopata que detém sobre ela muitas vantagens. Sendo assim, o enredo simples de uma típica invasão de propriedade depressa se torna em algo que nos deixa ansiosos, ao serem utilizadas várias técnicas que evidenciam as dificuldades de Maddie. Nisso, a realização e produção acertaram em cheio. Chega a ser arrepiante vermos o sofrimento dela ao não conseguir ouvir sequer os passos do assassino que a persegue (para não revelar demais...).

Para além disso, esse homem psicótico não quer só invadir-lhe a casa e matá-la, o que seria até muito fácil, mas quer sim fazer um jogo de terror psicológico que deixaria qualquer um em desespero total. 

Como antagonista, ele é um dos meus favoritos de qualquer filme de terror que já vi e até bastante original na sua concepção.

O suspense e a construção das cenas de perseguição, que mostram bem o sofrimento da protagonista, mas também a sua extrema vontade de sobreviver, são assim alguns dos pontos fortes do filme.

Infelizmente, a caminho do fim nota-se alguma repetição de ideias (e atenção que o filme é curto, com uma duração de 1:20h). Por isso mesmo, o final em si cai um pouco no cliché do género e não é tão satisfatório.

Mas nem assim Hush deixa de ser um dos filmes de terror mais bem construídos dos últimos anos.  


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