quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Como John Smith e Pocahontas



Estávamos condenados desde o primeiro instante. A fatalidade de um Destino demasiado presente, impunha-se. E talvez eu até fosse o vilão dessa estória. 
Mesmo assim, seguindo o que me dizia alguma voz no vento, opus-me e fui em frente. Recuaste. Recuei. Que errado estarmos assim a alimentar um sentimento que não tinha futuro! 
Mas o que é o futuro? Perguntei àquela voz. O futuro está escrito numa canção? Está explícito num filme? 
Não. Saberia lá eu o que seria essa coisa que ainda está para vir. Por isso sussurrei-te: "Confia em mim" - e ao dizê-lo estiquei o meu braço e apertei-te a mão, puxando-te contra o meu corpo. E lá voámos os dois por esse mundo meio surreal que se foi construindo à nossa passagem, à medida que juntos quisemos seguir por aí... 
Mas se da fantasia Disney teríamos um espelho, então seríamos como John Smith e Pocahontas, destinados a sermos separados no final, mas não sem antes termos passado uma forte mensagem. Não sem termos visitado um castelo encantado, não sem termos cantado juntos pelas ruas junto ao mar, não sem me ter afundado no teu sofá enquanto jogávamos um contra o outro, afinal em sintonia, com o mesmo propósito. 
E não, não sem ter adormecido no teu peito só para acordar durante a noite e certificar-me de que isso não seria um sonho, para logo depois embalar-me no mesmo sono com a certeza de que não haverá tristeza suficiente que transforme a memória poderosa desse momento eternamente feliz.



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