sexta-feira, 4 de março de 2016

Mr. Robot pode muito bem ser a melhor série de sempre



Comecei a ver esta série sabendo pouco sobre ela. Pensava apenas que iria assistir à interessante história de um hacker, mas vi-me envolvido numa trama altamente psicótica, que vai às profundezas da psicologia da mente humana. Senti como se o Walter White convidasse o Dexter para um passeio e decidissem passar pelo Fight Club, roubando algo do ambiente do Pulp Fiction pelo caminho, terminando com o maior twist desde que o Luke descobriu quem era o seu pai (e a sua irmã)

Resumindo: Mr. Robot elevou para um nível altíssimo tudo aquilo que eu esperava das séries de televisão actuais. E foi uma grande, grande surpresa! 

Em 5 pontos, sem spoilers,  tento explicar por que pode muito bem ser esta a melhor série de sempre (embora isso em si seja redutor e desrespeitador para outras masterpiece do meio, mas é só para causar impacto!). 

Uma coisa é certa, desde Breaking Bad que não me viciava num produto assim. Vi todos os episódios em apenas 2 dias. 

Uma cena.


1 -  A cenografia de Mr. Robot não é de uma série de TV mas do cinema. E por cenografia quero fazer entender todo o aspecto da imagem, desde a cor, aos ângulos, pormenores destacados, focos, à forma como toda a série foi filmada, editada, produzida, etc. Quando digo que isto é mais cinema que TV, refiro-me ao refinamento que foi dado ao produto final. É soberbo. Lembra algum cinema de autor, algo independente que brilha só por si.

2 - Os personagens são brutalmente viciantes, desde aqueles que amamos, àqueles que odiamos de imediato. E até aqueles que estão no limbo entre o ódio e o amor não conseguem permanecer indiferentes. Mas é o protagonista, já que o nome o indica, quem rouba todo o espectáculo. É impactante desde o primeiro momento. É retratado brilhantemente, retorcido, esquisito, sombrio, misterioso. E não digo mais. 

Preparem todo o vosso ódio.


3 - A música. Juntando-se aos aspectos mais técnicos de que já falei no primeiro ponto, é algo que acrescenta e muito ao contar desta história. Da música clássica (Beethoven), passando pelo hip-hop, rock, terminámos numa banda-sonora original que é absolutamente magnífica, criando um ambiente claustrofóbico, que pesa na consciência do protagonista com o arrastar quase metálico dos seus sons (quem já viu vai perceber porque escrevo isto, quem não viu vai perceber depois)

Hello friend.


4 - Twists, twists e mais twists. Quando pensámos que já sabemos o rumo que algo está a ter, mais uma reviravolta. Os argumentistas jogaram com a nossa forma de pensar, o nosso psicológico, de uma forma que nos deixará a reflectir sobre certas cenas durante muito, muito tempo. Dou um exemplo. A meio surgiu um twist e eu fiquei estupefacto, incrédulo. Mas assentei os pensamentos e a partir daí comecei a ver a série de uma forma... que depois foi novamente, completamente, alterada. Bam!

5 - Um dos grandes motivos para a tremenda surpresa, passou pela forma como foram incluídos na história vários temas fracturantes da sociedade actual. Aqui é difícil explicar sem contar demais, mas eu não esperava nada que tópicos como o sadomasoquismo, a crise económica, a homossexualidade, o excesso de crédito, um personagens trans (género?), a paranóia tecnológica, o abuso de drogas ou a exploração no trabalho conseguissem reunir-se assim de uma forma arrebatadora, chocando e levantando tantas questões ao mesmo tempo. Sublime.


Agora uma confissão. Eu estava no primeiro episódio, ainda só tinha visto uns 20 minutos e já estava todo a gritar por dentro. Foi amor desde o primeiro instante. Esta série é obrigatória. 

É brutal, brutal, brutal!

E agradeço ao pessoal do Séries da TV pois foi através desta página que descobri esta obra (num top que fizeram sobre as melhores séries de 2015). 

1 comentário:

  1. Deve ser mesmo excelente embora eu tenha alguma dificuldade em definir qualquer série que gosto muito como a melhor de sempre.

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