segunda-feira, 24 de outubro de 2016

[ opinião ] Inferno - o filme



Florença, Itália. Robert Langdon (Tom Hanks) acorda num hospital e não se lembra de absolutamente nada do que lhe aconteceu nas últimas 48 horas, nem mesmo o porquê de ali estar. Subitamente é atacado por uma mulher misteriosa e, com a ajuda de Sienna, a médica presente, escapa do local. Um estranho artefato dá então início a uma busca incessante através do universo de Dante e do seu Inferno, de forma a que possa entender o porquê de ser perseguido.

Para alguém como eu que já leu 4 livros do Dan Brown e viu os dois filmes baseados no Código da Vinci e Anjos e Demónios, há uma fórmula que o famoso autor usa em todas as suas histórias. Em cada livro havia um twist final que desmascarava um personagem aparentemente bom e amigo do protagonista, mas que afinal estava a trabalhar para os maus da fita. Tão simples quanto isso.

Se no Código e Anjos e Demónios nunca desconfiei do personagem em si, neste Inferno tive a certeza absoluta de quem se tratava logo na 1ª cena em que esse personagem aparece (não li o livro). Na tal revelação mais para o fim já não houve surpresa alguma. Então, um dos poucos trunfos do filme foi logo perdido. Mas serve isto apenas para mostrar que a fórmula do autor está gasta, como se reciclada vezes e vezes sem conta, sem graça.

Para além disso, este filme é engraçado, sim, para quem conhece Firenze (Florença) e Veneza ao pormenor, que é o meu caso, mas passados aqueles momentos de "oh, eu estive ali... e ali", a película não tem mais nada para oferecer. A história oscila sempre entre o mau e o medíocre. 

Tecnicamente deixa a desejar, muitas cenas parecem ter sido filmadas à pressa, sem brilho... e as referências históricas debitadas forçadamente não convencem.

Quem também não convence é o vilão principal, que parece ter uma agenda sem grande fundamento. As suas intenções são mal explicadas (ou simplesmente ridículas), aparecem personagens que não têm tempo para desenvolver mais do que meia dúzia de falas em diálogos que apenas tornam tudo mais confuso... ao invés de aumentar o mistério. 

Gostei de Anjos e Demónios. É o meu preferido desta saga. Mas este Inferno é mesmo para evitar.

Firenze merecia ter sido melhor filmada, já que fizeram tanta publicidade ao filme em torno dessa magnífica cidade. Mas não há nada que se destaque, com todas as cenas a parecerem apenas uma estampa daqueles postais para turistas que se encontram em cada via da cidade do Renascimento. Desilusão!




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