quinta-feira, 13 de outubro de 2016

[ opinião ] A rapariga no comboio (filme)


NÃO TEM SPOILERS



Esclareço já que não, eu não li o livro mais lido de 2015.

Assim, fui para a sala de cinema com bastante expectativa pelo buzz gerado à volta da obra que inspirou agora o filme. 

E saí de lá um pouco desiludido. 

O filme não é mau, no sentido que não é uma perda de tempo vê-lo. Mas este acabou por dividir bastante a minha opinião.

O ponto negativo é principalmente este: tratando-se de um thriller, cuja função seria deixar-nos ansiosos e à procura de respostas, o filme rapidamente se torna num arrastar um pouco aborrecido, que culmina com um final demasiado previsível (no intervalo eu e uma amiga desvendámos logo o mistério). E acrescento que entrei ali sem qualquer tipo de spoiler sobre a obra. A questão sempre presente - "Quem é o assassino?" - depressa se torna num cliché que nem na sua resolução consegue surpreender. E falo mesmo da forma como nos é apresentada a resposta nas cenas finais, pois já vi outros tantos filmes em que também descobri o vilão antes do tempo, sem ainda assim deixar de ficar colado à cadeira com a forma como nos apresentaram essa cena fulcral (de um género destes)





Por outro lado há algo muito, muito positivo. É impossível não apreciar o magnífico trabalho da actriz Emily Blunt, que atribui à protagonista Rachel uma densidade brutal. A sua prestação é merecedora de um Oscar, sem qualquer tipo de exagero, por todos os pormenores e sentimentos de confusão, perda e loucura que consegue transmitir-nos. E só por isso, valerá a pena dar uma hipótese a este filme. 

O livro continua na minha lista de obras para ler (que é muito extensa), embora tenha perdido já muita da curiosidade que tinha. 

Mas afinal talvez se trate apenas de mais um caso em que a adaptação cinematográfica não faz justiça ao material original. 

E foi impossível não lembrar do magnífico thriller Gone Girl, em tudo muito superior a este A Rapariga no Comboio

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