quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Timbuktu: a raiz do mal



Imagina uma cidade onde foi proibida a música, onde já não se pode jogar futebol, nem fumar, nem vestir uma cor que não seja neutra, onde não se pode rir. Esta é a realidade em Timbutku, lugar ocupado por radicais jihadistas e que dá nome ao filme mais poderoso que poderás ver este ano. E nos anos que se seguirão. 

Contar muito sobre o filme, é estragá-lo para quem não o viu, por isso vou limitar-me a alertar que é uma película extremamente perturbadora, para quem se ache digno de ter uma consciência moral.

Mas não é só isso. Timbuktu tem uma realização e produção impecáveis, a roçar o perfeccionismo. E a cena da morte que dá início ao injusto julgamento que conduz a segunda metade da história, é absolutamente linda, de tão original e bem filmada que está.

Não será um filme para todos, pois quem o procurar em busca de, apenas, cenas de acção terrorista, ficará desapontado. O brilhantismo está pois também nos diálogos demorados, nas cenas pausadas, rotineiras, que o realizador tão bem nos apresenta.

O melhor elogio que lhe posso fazer é que, enquanto o via, tive sempre a impressão de que aquilo estava mesmo a acontecer naquele exacto momento. E de certo estava, com outros personagens e outro cenário, num lugar real, mas estava de facto a acontecer esta tirania.

E é por isso que Timbuktu irá ressoar dentro de quem o vir, durante muito tempo, chamando clandestinamente à atenção para um problema que está a assolar não só toda a uma região, mas todo o mundo.



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