domingo, 12 de julho de 2015

Viajar pela CP? Não, obrigado! Vou de carro.



O NOS ALIVE foi brutal. A CP foi uma porcaria.

O que vos vou contar parece surreal, mas acreditem caros amigos: é a pura da verdade e passou-se na bilheteira da CP no Entroncamento.

Antes disso, só para que percebam. Comprei o meu bilhete para o NOS Alive pela bilheteira online dos CTT. Daí recebi o ingresso por e-mail e tive que imprimir em casa (ainda sou do tempo em que recebíamos os bilhetes por correio, sem gastar tinteiro...)

Chego então à bilheteira no Entroncamento e presenciei um verdadeiro fenómeno. Digo ao senhor que me atende que quero um bilhete de ida e volta com os 30% de desconto a que tinha direito por ter o ingresso para o festival. Mostro então o bilhete do NOS, como pedido. E diz-me o senhor: "Este bilhete não dá para ter desconto"

COMO ASSIM? QUEREM VER QUE TINHA COMPRADO UM BILHETE PARA O TONY NO MEO ARENA POR ENGANO!!! 

Perguntei porquê. Diz-me ele arrogante "Porque não dá e pronto!".

Juro que fiz muita força para me controlar e não dizer coisas gravíssimas que me passaram pela cabeça, e lá disse mais ou menos calmo: "Desculpe lá mas tem que me dizer porque é que não dá, se este é o único bilhete que tenho para o festival, porque é que não dá desconto?".

Diz-me o senhor, ainda mais arrogante: "Porque não dá. E nem tem que perguntar porquê".

Pronto. Aqui explodi logo, pois se há coisa a que tenho alergia é a estes resquícios da ditadura do tens que aceitar e calas-te. Quem me conhece, deve imaginar como esta atitude me revoltou!

Perante a minha insistência já em voz alta, o senhor lá decide mostrar-me no ecrã do seu computador que os bilhetes que (segundo ele e a CP) davam então o tal desconto eram aqueles bilhetes mais verdes e amarelos (que se vendem em algumas bilheteiras). Ao que eu explico que comprei nos CTT e que tive que imprimir e que era um bilhete como outro qualquer e que tinha de ter o desconto e que já me estava a passar!!

Agora, só para fazermos uma pausa, vejam o que está escrito no site da CP. 

Por acaso isto diz aqui que há um tipo de bilhete específico que dá o desconto?!


Diz-me que não, que não ia ter desconto e que ou comprava assim ou não. Faltavam já 5 minutos para o comboio partir e digo-lhe eu: "Muito bem. Não tenho outra alternativa. Mas depois venho cá escrever no livro de reclamações, porque as informações não eram estas. E só não o faço agora porque já não tenho tempo".

E agora PASMEM-SE, diz-me o homem: 


"Não tem nada que escrever no livro. E muito menos tem de o pedir."



Ou seja, voltámos aos tempos da ditadura e então foi aqui que passei-me de vez. Não vou alongar-me com o discurso, mas acreditem que não deixei nada por dizer (e sem nunca perder um pingo de educação! Acreditem que foi possível.).

O homem, claramente muito mal educado, acrescenta ainda uma pérola: "Escreva no livro escreva. Só vai fazer má figura". Ou seja, este senhor é certamente cliente de algum serviço. Imaginemos: um serviço de Internet, prometem-lhe 30% de desconto na factura, não o fazem, ele paga, não reclama, fica calado porque... só ia fazer má figura. 

E como me parece que estávamos claramente em níveis diferentes de cidadania , aqui dei-me por encerrado e só lhe disse que "Você não tem nada que comentar o que eu devo ou não fazer, porque não tem direito algum de dizer o que faço da minha vida".

E acrescentei aquele olhar e estalido da língua de "THE END!".

Embarquei no comboio, sem desconto, revoltado e vou lá voltar DE PROPÓSITO para escrever no tal livrinho (mas é que nem que tivesse que fazer 50km, a questão aqui já não se prende só com o desconto, mas sim com toda a situação). Vou enviar e-mail a reclamar. Vou ligar para a linha de apoio a reclamar. Vou escrever aqui, partilhar no facebook, no twitter, no instagram, acho que até vou criar uma rede social só para isto. Porque estas plataformas não existem só para nos divertimos, também podem funcionar como um alerta e como forma de nos fazermos ouvir.

Esta situação ultrapassou o limite do ridículo e porque certamente aconteceu a mais pessoas neste dia. Duvido é que tenha calhado a todos um mini-salazar como a mim.

Ao senhor, sem qualquer rancor, e a quem passa por estas situações e não reclama o seu direito, tenho apenas uma música a dizer, em jeito de animar um bocadinho a coisa: "Sou da geração: vou queixar-me para quê?" (para fazer má figura?)

Pois sou, mas eu não sou parvo! E enquanto for direito meu queixar-me, irei usar e abusar dele sempre que tenha razão.

Note-se que já fiz 2 reclamações na CP antes, só para dar uma ideia do excelente serviço que é. Não admira que esteja na situação em que está. Mas isso são outras histórias, que ficam para outro dia. 







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